domingo, junho 28, 2009

Sobre o Inverno


O frio aumenta ao cubo meu desamparo. Com dedos congelados à revelia, não sei o que fazer quando as letras não obedecem... X vira C, W é Q. Este teclado faz um barulho seco, como o clima de céu estrelado e inverno declarado que me deixam sem o ânimo do verão. Naquela estação sim, eu ouço as abelhas zunindo para fazer mel, douradas confidências que pingam dos enxames enlouquecidos, quando as rainhas batem na vidraça a teimosia antes do inevitável acasalamento. O amor é zoom e zumbido. Mas vem o frio e nem os insetos aparecem por aqui. Lagoas têm aparência de vidro, pássaros ficam em silêncio, o dia termina mais cedo e a noite é um assombro de temperaturas baixas e sonhos que se precipitam com as ventanias. Ando de mal do clima. Passageira dos dias breves e das noites longas onde não há insônia, mas um desconforto nos movimentos contidos, braços e pernas encolhidos, um pensamento que se alonga na melancolia. Eu que nasci das geadas ando sem o alento das fogueiras do espírito. Palavras se calam, inspiração não brota. A natureza de vidro me faz sentir como cereja em conserva, sem a explosão das flores e perfumes da sua origem. Resta um gosto de licor derramado entre o céu da boca e a minha língua. A alegria pode ser tão antiga.
Célia Mussili



Olá meus amigos! Quanto tempo, não é?
Passando só pra dar um "OI".
As coisas aqui em casa andam calmas demais! Minha mãe jamais tocou no assunto novamente.
O alfabeto da minha vida, tornou-se número: o número zero! Não sobrou nadinha pra mim. E estou totalmente sem motivação pra investir ou até me apaixonar!
Trabalho corrido, vida corrida... e o tempo passando!
Enfim... este é o resumo dos dias sem postagem.
Forte abraço