domingo, agosto 19, 2007

Assunto: GAY

Se o assunto é gay, falamos de gay. rs Eu estou impressionado. Não sei se é que o assunto está em alta ou eu que comecei a prestar mais atenção. Mas, basta meio minuto de conversas para que o assunto seja convertido ao tema em questão. Isso mesmo: nós gays. Não sou muito adepto desta palavra (gay), mas faço uso por ser a expressão utilizada, a não ser quando a roda de conversa é formada por pessoas que estão habituadas a termos “científicos” (homossexual). Sim. O assunto está por toda parte. Não importa nível ou classe social, cultural ou o que quer que seja. Desde a festinha familiar, passando pelo trabalho e chegando aos eventos mais sociais. É claro que na maioria das vezes é de forma pejorativa, com chacotas.
Um certo dia, eu estava ouvindo a conversa de um médico com seu auxiliar de enfermagem onde ele dizia: “Quando eu morava em São Paulo, no apartamento de frente morava um casal gay. Num final de semana, estava saindo pra pegar um filme, encontrei eles no elevador, que me ficaram secando. Passei no posto para abastecer, fui à loja de conveniências encontro com outro casal gay. Chego na locadora, outro casal. Olha, São Paulo está perdido. Onde você vai, tem gay. No hospital XXX eu trabalho com muitos. Não tenho o que reclamar do trabalho deles, não. Trabalham muito melhor do que qualquer outra pessoa. O único problema é que se você dá uma atenção já vêm com brincadeiras sem graça!”
É pode até ser, mas acho que ninguém faz isso sem o cara dar mole, não é?
No trabalho, então, é um dos assuntos preferidos da galera. Cada um contando de um, dois, três que “viraram” gays. Outro dia enquanto tomava um café, escutei a conversa de um colega com uma colega: “E fulano, como está!” “Ah! Não tenho visto ele!” “É verdade que ele é gay?” “É!” “Mas, vocês brigaram?” “Não a amizade continua a mesma, pra mim tanto faz, não tenho nada a ver com a vida de ninguém!” “É pra mim também, se um amigo meu chegar pra mim e dizer que é gay, eu não tenho preconceito nenhum... o que ele faz ou deixa de fazer... é problema dele!” rs Sabemos que na prática não é bem assim. Eu confesso que tive vontade de chegar pra esse colega e dizer a ele: “É? Então... eu sou gay!” Gostaria de ver a reação dele. Apesar de este já ter feito uma brincadeira comigo num churrasco da empresa.... Mas, depois disso ele já casou e é pai.
Ainda no trabalho, escutei falando de um cliente da empresa que chegou perguntando pelo encarregado do setor de cobrança, todo efeminado, com cachecol bem extravagante... e tal. Ele assunto de piadas a toda hora! Mas, não precisa ser efeminado pra ser alvo de piadas. E o mais interessante dessa estória é que uma pessoa que adora fazer e contar piadas sobre homossexuais é casada com um cara que na sua adolescência “ficava” com um amigo nas dependências da empresa enquanto estava em construção, o qual escrevia cartas para esse amigo dizendo que só ele o satisfazia... é, como eu gostaria de ver a cara dela se soubesse disso! Que o pai de seus dois filhos, se portanto de machão hoje, já “brincou” muito de troca-troca! rs Soube disso por boca de terceiros, viu?
Em casa, quando passa na novela Paraíso Tropical o Rodrigo e o Tiago, meu cunhado falta enfartar! Xinga, esbraveja.... Eu nem olho na cara dele, porque senão...
Ontem mesmo, foi aniversário de minha mãe. Fizemos um churrasco na casa de meu irmão. Advinha qual foi o tema das piadas? Claro! Gays, troca-trocas.... e por aí vai.
Bom.... o problema disso tudo? É você ter que ouvir tudo isso e ficar calado, ou até participar das piadas para não dar bandeira! Isso é muito duro. Muito difícil!

Bem hoje começou a “Dança no Gelo”. Pra quem vocês estão torcendo? Eu, a princípio, estou torcendo para o Leandro (KLB). Por isso a foto dele. Particularmente, eu acho ele um gato! rs




É eu ressuscitei, anônimo! rsrs Desculpem a ausência! Prometo não ficar mais tanto tempo sem atualizar. Estava sem pique! rs
Ah! Tem um anônimo, que está me devendo uma história aí, lembra? Pode confiar, eu não vou te expor de forma alguma!

Beijo

domingo, agosto 12, 2007

Ser Pai




Ser pai é acima de tudo,
não esperar recompensas.
Mas ficar feliz caso e quando cheguem.
É saber fazer o necessário por cima e por dentro da incompreensão.
É aprender a tolerância com os demais e exercitar a dura intolerância (mas compreensão) com os próprios erros.
Ser pai é aprender errando, a hora de falar e de calar.
É contentar-se em ser reserva, coadjuvante, deixado para depois.
Mas jamais falar no momento preciso.
É ter a coragem de ir adiante,
tanto para a vida quanto para a morte.
É viver as fraquezas que depois corrigirá no filho,
fazendo-se forte em nome dele e de tudo o que terá de viver para compreender e enfrentar.
Ser pai é aprender a ser contestado mesmo quando no auge da lucidez.
É esperar.
É saber que experiência só adianta para quem a tem, e só se tem vivendo.
Portanto, é agüentar a dor de ver os filhos passarem pelos sofrimentos necessários, buscando protegê-los sem que percebam, para que consigam descobrir os próprios caminhos.
Ser pai é saber e calar.
Fazer e guardar.
Dizer e não insistir.
Falar e dizer.
Dosar e controlar-se.
Dirigir sem demonstrar.
É ver dor, sofrimento, vício, queda e tocaia, jamais transferindo aos filhos o que, a alma, lhe corrói.
Ser pai é ser bom sem ser fraco.
É jamais transferir aos filhos a quota de sua imperfeição, o seu lado fraco,
desvalido e órfão.
Ser pai é aprender a ser ultrapassado, mesmo lutando para se renovar.
É compreender sem demonstrar, e esperar o tempo de colher, ainda que não seja em vida.
Ser pai é aprender a sufocar a necessidade de afago e compreensão.
Mas ir às lágrimas quando chegam.
Ser pai é saber ir-se apagando à medida em que mais nítido se faz na personalidade do filho, sempre como influência, jamais como imposição.
É saber ser herói na infância, exemplo na juventude e amizade na idade adulta do filho.
É saber brincar e zangar-se.
É formar sem modelar, ajudar sem cobrar, ensinar sem o demonstrar, sofrer sem contagiar, amar sem receber.
Ser pai é saber receber raiva, incompreensão, antagonismo, atraso mental, inveja, projeção de sentimentos negativos, ódios passageiros, revolta, desilusão e a tudo responder com capacidade de prosseguir sem ofender; de insistir sem mediação, certeza, porto, balanço, arrimo, ponte, mão que abre a gaiola, amor que não prende, fundamento, enigma, pacificação.
Ser pai é atingir o máximo de angústia no máximo de silêncio.
O máximo de convivência no máximo de solidão.
É, enfim, colher a vitória exatamente quando percebe que o filho a quem ajudou a crescer já, dele, não necessita para viver.
É quem se anula na obra que realizou e sorri, sereno, por tudo haver feito para deixar de ser importante.


Um desafio tanto quanto um sonho do qual, talvez, terei de abrir mão!

Feliz DIA DOS PAIS!!