terça-feira, abril 28, 2009

As Consequências

Ainfain

 

Eu ia começar esse post com uma frase bem cabeluda e negativa. Porém, como estou lendo "O Segredo", resolvi mudar e começar com uma coisa mais leve.

 

Até agora eu não vi resultado positivo por minha mãe estar a par do que acontece comigo.

 

Bom, quando eu achava que ela tinha se "tranqüilizado" com a "esperança" que dei a ela. Uma vez que ela acha que isso é regenerativo, que há volta, ela quer buscar "em Deus" a minha "cura". (palavras dela)

Na quinta-feira, dia em que contei, eu saí de casa às 14:00 hrs para o trabalho. Estava tenso, claro. Cada hora que lembrava do que eu tinha feito minha barriga contorcia.  Ela, apesar de chocada, não tinha feito nenhum drama.

Porém, quando foi 18:00 hrs, eu estava saindo para lanchar, o telefone toca. Ela, aos prantos, me pedindo pra dizer o que ela deveria fazer da vida dela, que estava delirando, que não sabia o que iria acontecer. Me desesperei, e perguntei se ela queria que eu fosse embora, e fui.

Cheguei em casa, ela estava no quarto chorando. Perguntou, novamente, o que ela deveria fazer. Respondi que eu não sabia, que tínhamos que aprender juntos.

Ela começou a reclamar que eu falava sobre o assunto com muita naturalidade, que tudo, para mim, parece normal e que isso doía muito nela.

Perguntou, mais uma vez, se eu quero lutar junto com ela para sair "desse caminho". Eu disse que sim.

Aqui, abre-se um parêntese: Nesse ponto eu estou me achando covarde, não tenho coragem de dizer olhando nos olhos dela que o que eu espero para o meu futuro. Talvez, hoje, eu nem saiba mais o que eu quero ou espero do futuro!

Enfim, em seguida, perguntou quando eu havia me descoberto assim. Disse a ela que eu tinha 13 anos, e me vi gostando de um menino que estudava comigo. Ela quis saber que era ele, mas eu não contei, mesmo ela conhecendo-o. Quis saber então se ele soube disto. Eu repeti a ela que eu nunca dei nada o que falar a ninguém!

Então ela me pergunta: "Nossa conversa vai ser dura, doída. E você seria o homem ou a mulher?"

AFF... Disse que isso não existe, e que eu nunca tinha vivenciado nada e por isso não poderia responder.

Então ela me abraçou chorando e disse que me amava. Ficamos um tempo assim. Eu não consegui chorar, não sei o porquê, mas não consegui e não sinto vontade de chorar. Talvez pelo tanto que já chorei, não é?

Tivemos essa conversa e minha irmã na sala, sem saber de nada, segundo minha mãe.

Saí do quarto e ela permaneceu lá por um bom tempo. Perguntei se ela queria ir a um médico, sei lá. Disse que queria falar com um de dois pastores que conhecemos há tempo. Eu disse que se ela quisesse ir, eu levaria.

Fomos, mas não o encontramos.

 

Na sexta-feira, fui ao psicólogo e ele só me alertou sobre as "bombas" que hão de surgir.

Dito e feito. Quando foi à noite, ela insiste para eu ir com ela em uma igreja evangélica, que não sei que tinha falado para ela à tarde. Disse que não iria, mas como não tínhamos encontrado o pastor que ela queria no dia anterior, resolvi ir para dar uma tranqüilizada nela.

Humpft

Ela já tinha estado lá à tarde. E pelo que pude notar ela tinha contado tudo ao pastor. Me fez uma daquelas orações de evangélicos, expulsando demônios, etc...

Agüentei firme e disse a ela, quando saí, que eu não estou possuído por demônios, que ela ia pensar que era ele que estava fazendo aquilo pra eu não voltar mais, mas eu não iria voltar...

Ficou por isso.

Aí, então, ela começou a implicar com o psicólogo e o psiquiatra, que são eles que estão me levando para o "mal caminho".

E o pior de tudo: ela disse que vai comigo na próxima sessão!

 

Sem falar que na net eu estou 10 vezes mais vigiado, né?

 

Enfim, acho que me arrependo até o último fio de cabelo de ter contado!

 

Mais uma vez, coloquei a carroça diante do burro!!!

 

Não sei onde vai chegar isso, o que vai acontecer... Só torçam por mim! Rezem por mim!

 

Abraço

6 comentários:

Anônimo disse...

Continue firme e forte.

Anônimo disse...

Penso que você tem totais condições de suportar essas investidas, pois você bem sabe que seria natural por parte da sua mãe essas ações e, em contrapartida, você bem sabe que elas não têm nenhum sentido, elas não vão lhe tirar do seu centro, apesar de você não querer que sua mãe passe por esses percalços, e é mais isso que lhe incomoda. Mas é ela que os provoca. Os dois profissionais podem ajudar, mesmo ela sendo do contra. Deixe a tempestade passar, depois coloque um limite saudável e siga em frente.

Anônimo disse...

Meu querido Kaká... quanta coragem... que situação... rapaz, de início não sei nem o que dizer... gostaria de estar aí perto de você pra ajudá-lo a segurar essa "onda".

Imagino como deve estar sendo difícil pra você... mas amigo, não há amadurecimento sem obstáculos, lembra?

Sinceramente acho que você deve começar a se impor, no sentindo de mostrar pra ela (ou pra quem quer que seja) que você é humano acima de tudo e que todas as suas virtudes não serão abaladas, com seu caráter e índole intocáveis.. assim como não há mais bons ou maus caminhos...

Poderá parecer clichê, mas lembre-se:

"O AMOR É PACIENTE"

Mostre a ela que o que você precisa não é de cura, afinal, não está doente... o que vc precisa é de carinho, compreensão e amor!

Mesmo parecendo difícil agora no início, sei que você conseguirá isso!

Estarei orando por você sim...

Grande abraço do seu amigo,

Vi!

Unknown disse...

Cortar o cordão umbilical não é fácil mesmo, mas é necessário.

Beijo =)

Leo Carioca disse...

Kaká, como eu disse nos comments do outro post, agora não dá mais pra voltar atrás.
Eu não sei se seria uma boa levar a sua mãe ao psicólogo com você, porque, pelo que você descreveu, eu acho que já sei o que vai acontecer: por mais que o psicólogo prove racionalmente que você não tem problema nenhum, a sua mãe vai continuar achando que você tem. As mães têm a tendência de achar que sempre sabem mais do que todo mundo sobre qualquer assunto.
Mas, se ela fizer uma questão tão absoluta assim de ir, é melhor deixar. No mínimo ela vai ver que o psicólogo é um profissional comum, e não um pervertido que está arrastando você pra libertinagem (pelo que você descreveu, é isso que ela tá pensando, né?).
Eu acho que o melhor que você tem a fazer é não tocar mais nesse assunto com ela. Deixe ela falar tudo o que quiser falar sobre isso com você, mas não reaja, porque se não você vai botar mais lenha na fogueira. E não faça revelações pra ela mais do que você já fez. Você já contou tudo o que tinha que contar. Responda o que ela perguntar (sempre sem entrar em detalhes, é claro), mas não conte nada além do que ela vier a perguntar.
E continue se comportando da mesma forma como você sempre se comportou, fazendo as mesmas coisas que você sempre fez e tal. Assim ela vai ver que nada mudou: você continua sendo o mesmo que sempre foi.
Por enquanto, acho que não dá pra fazer muito mais do que isso.
Bom, com certeza eu tô torcendo por você aqui!
Grande abraço! A gente se fala!

AVENTURA disse...

Ola meu grande amigo

Fico muito triste em ler que vc se arrenpende ate o ultimo fio de cabelo.. Vc, mais do que ninguem, sabe que sua situação antes de contar não era um paraiso, sua vida estava sendo escrita em menos de meia pagina (onde deviaria ser escrita em frente e verso) e vc atribuia muito ao fato de contar a sua mãe (é uma bronca tá), rsrs.
Vc aproveitou o momento e contou e sejamos realistas, se nao tivesse aproveitado , nesse mesmo blog estaria escrito que vc "se arrendia até o ultimo fio de cabelo por não ter contado" , entao meu amigão, conforme se com isso e enfrente as consequencias..a tendencia dessa situação e se estabilizar, como tudo em nossa vida, seja para o bem ou para o mal.
Conversamos sempre pelo fone e sempre falo a mesma coisas (amigo chato esse né) e volto a afirmar, agora é o momento de informação, o q vc pode dar a sua mãe é tao somente informações e pedir a ela que ter ajude, como ?? Pedindo a ela que busque informação, seja na internet, seja em livros , revistas, historias em quandrinho, não importa..é a unica forma dela te ajudar
E mais uma coisa, SE IMPONHA MAIS DIANTE DAS COISAS, nao vá cedendo a tudo que ela fala.
E tenho dito, rsrs