sexta-feira, novembro 17, 2006

Sexualidade Sadia II




Impregnações e distúrbios sexuais

O que seria uma impregnação?

A impregnação é algo que está registrado nas nossas células através de uma experiência própria do passado ou uma herança ancestral. Essas impregnaçães são criadas através de fatos já ocorridos e estão registradas na memória e no corpo. Talvez você nem mesmo se lembre dos acontecimentos ou recorde apenas algumas imagens ou rápidos "flashes", mas no decorrer da vida ocorreram vários registros que, durante a ação, as emoções foram estimuladas podendo ser tanto positivas como negativas.

Algumas pessoas, quando ainda muito pequenas, seja na infância ou mesmo na adolescência, por exemplo, podem ter sido assediadas ou até mesmo abusadas sexualmente por parentes ou pessoas desconhecidas. Numa situação como essa um indivíduo com intenções perversas e aproveitador deixou ali sua intenção e marca de crueldade e desrespeito num ser indefeso. Uma criança ou até mesmo um adulto sente no corpo a tristeza de ser invadido. No momento em que sentimos a invasão, o corpo geralmente se contrai em defesa própria e, a partir desta contração, retemos a informação das lembranças desagradáveis. Portanto, a partir disso já está evidente uma impregnação.

Não é preciso que haja contato físico para que se crie uma impregnação. Às vezes, uma simples discussão na qual somos agredidos por palavras ou ao nos deparar com cenas chocantes e até mesmo o convívio dentro de um ambiente conturbado pode ser o suficiente para criar uma impregnação.

As pessoas que contêm impregnações na região sexual dificilmente se sentem totalmente à vontade com o parceiro ou livres para falarem sobre sexo. São, geralmente, pessoas tímidas, preconceituosas e sentem muito medo de ousar ou mostrar suas emoções abertamente. Quantas pessoas você conhece que falam de sexo abertamente? Por aí você pode ter uma base de como podemos estar impregnados sexualmente.

Às vezes, essas impregnações são passadas através dos nossos ancestrais (pais, avós, tios). Sabemos que alguns anos atrás, as mulheres mal conheciam o seu namorado e já eram praticamente forçadas a se casarem mantendo a virgindade até o momento do casamento. A mulher e o homem continuavam unidos mesmo não havendo uma afinidade entre o casal, pois sentiam pressão da sociedade e do próprio medo. Até hoje sabemos que muitos casais ainda mantêm esses padrões. Graças às gerações mais ousadas, muitas vezes chamadas de rebeldes, hoje somos um pouco mais livres para escolher. Entretanto, ainda falta consciência e informação.

Homens e mulheres, que por medo também não assumem o homossexualismo, constituem uma família vivendo com uma mulher ou com um homem, sendo que no fundo a sua sexualidade está reprimida, pois a sua vontade é expressá-la com outro companheiro(a) de uma outra forma, que foge dos padrões sociais.

Os valores sociais, muitas vezes criados a partir das próprias impregnações daqueles que os moldaram, foram castrando a espontaneidade do ser humano, gerando pessoas robotizadas e preconceituosas no decorrer de todos esses anos. Dessa forma, é muito difícil o indivíduo ser sexualmente sadio.

Os distúrbios sexuais são os mais diversos. Não interessa o que acontece nas suas relações sexuais, mas sim o quanto você está satisfeito e como você está desenvolvendo a sua sexualidade. O princípio é: satisfeito ou não satisfeito. O que para um é adequado, muitas vezes não o é para o outro.

Muitas pessoas se queixam por não sentirem vontade de fazer sexo. Mas, quem anda se queixando: é você que não quer fazer sexo ou o seu companheiro(a) que quer e você não?
Ou talvez você tenha muito desejo sexual e não encontra nenhum companheiro(a) que o(a) acompanhe.

O princípio é equilibrar e desenvolver a sexualidade. Você pode fazer sexo todos os dias, a cada semana ou a cada mês e ser feliz com isso. Não há problema algum. Agora, quando você percebe que existe algo de errado com você, com o seu corpo, com suas emoções ou quando você faz sexo, aí algo pode ser melhorado.

A ciência tem sempre o costume de colocar nome em tudo e taxar tudo como síndrome, como se todas as pessoas fossem iguais. Não é bem assim. Em um nível, cada um de nós é diferente do outro, pois somos únicos, com experiências próprias e portanto não podemos apenas rotular: você tem isso e pronto. Por consequência tome muito cuidado em dizer que você tem um distúrbio sexual. Às vezes é apenas uma impregnação que você ainda não compreende.
(continua)

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Kaká, muito legal o texto, adorei. Continue selecionando e postando assuntos de interesse geral. Legal trocar idéias com vc.
Grande Abraço.
Rafael.

Anônimo disse...

Oi, Kaká.

Olha, acho que o problema da impregnação é até mais sério quando não é sexual. Às vezes algumas frases infelizes que a pessoa ouviu da avó, do tio ou de outro parente ao longo da vida fazem com que ela se torne até um inimigo mortal dessa pessoa quando crescer.
De vez em quando, a gente vê alguma pessoa que não se dá com a mãe, por exemplo. Aí todo mundo diz: “Ah! O fulano é um MONSTRO! Ele nem fala direito com a mãe!”
Olha, não é bem assim. A gente não sabe o que foi que ele ouviu dessa mãe ao longo dos anos, né? Sabe-se lá o que foi que ele já teve que aturar dela!
Bom, eu dei o exemplo da mãe, mas pode ser qualquer outro parente, como eu já disse.
É muito complicado julgar esse tipo de situação, né?
Bom, é isso.
Um abraço!